Uma Perspectiva Cristã
A jornada da maternidade, desde a gestação até o puerpério, é um período transformador na vida de uma mulher. É uma fase que revela camadas profundas e complexas de emoções, crenças e comportamentos.
Como cristãos, entendemos que cada mulher é uma criação única de Deus, com um temperamento inato e uma jornada singular. Por isso, na assistência ao parto, se torna fundamental conhecer o que a gestante a ponto de compreender como ela se comporta diante de pressão, do estresse, do imprevisto e o que a deixa satisfeita e segura.
Neste artigo, exploraremos como os diferentes temperamentos podem influenciar a experiência do parto, trazendo insights sobre como abordá-los com amor e graça.
O Que São Temperamentos?
Temperamentos são traços inatos que determinam como reagimos ao mundo ao nosso redor. Eles impactam como interagimos com as pessoas, tomamos decisões e lidamos com o estresse. Hipócrates, um médico grego do século IV a.C., foi um dos primeiros a estudar os temperamentos, classificando-os em quatro tipos principais: colérico, melancólico, sanguíneo e fleumático. Mais recentemente, o sistema de perfis Arno, desenvolvido por Dr. Richard Arno e Dr. Phyllis Arno, acrescentou um quinto temperamento: o supino.
O sistema de perfis Arno é uma ferramenta de diagnóstico clínico utilizado pela Associação Nacional de Conselheiros Cristãos em Sarasota / Flórida, para avaliar o temperamento dado por Deus a uma pessoa e se baseia em dados de terapia realizada com mais de 7.000 aconselhados.
Aron e Arno, em seu livro Terapia Restauradora, trata de 5 temperamentos que são classificados em 3 áreas:
- INCLUSÃO: A necessidade de estabelecer e manter uma relação satisfatória na área de relações superficiais, socialização e na forma de adquirir conhecimento.
- CONTROLE: A necessidade de estabelecer e manter uma relação satisfatória com as pessoas em relação ao controle e tomada de decisão.
- AFETO: A necessidade de estabelecer e manter uma relação satisfatória com as pessoas em relação ao amor e ao afeto que a pessoa deseja e expressa
Ou seja, eu posso me expressar com um temperamento na área de inclusão (vida social, relacionamentos superficiais), outro temperamento na área de controle (liderança, tomada de decisões, posição de poder) e outro completamente diferente na área do afeto (relações profundas com amigos, cônjuge, pais, filhos, etc).
É importante salientar que os temperamentos não são simples rótulos, mas sim ferramentas para compreender a nós mesmos e os outros. Somos criados cada um, único, e com um propósito – Salmos 139:13-17.
À medida que caminhamos pela jornada da maternidade, conhecer nosso temperamento pode nos ajudar a identificar nossas forças e fraquezas, bem como nossa necessidade de apoio e cuidado. Vamos explorar como cada temperamento se expressa na área do controle durante o parto – já que o parto tem a ver com tomada de decisão, poder e autonomia – e como podemos apoiar essas mães de maneira efetiva.

A Gestante Colérica
Estamos falando de uma mulher independente ao extremo que não vai se deixar levar pela multidão. É focada no propósito, movida por metas e se ela tiver um plano de parto, vai fazer tudo para atingir o seu objetivo. Tem facilidade em tomar decisões rápidas e intuitivas, confia em suas habilidades e busca soluções práticas.
Pode ser extremamente controladora e ter dificuldades de se render ao processo imprevisível do parto. Se os planos saírem do controle, pode trazer muita irritação, ira, raiva e esses sentimentos serão facilmente expressados com aparente grosseria. Em sua pior versão pode ser muito crítica e exigente consigo mesma e com os outros.
A gestante colérica precisa de um acompanhante e equipe que reconheçam seu esforço, a nutram com palavras de afirmação e deem espaço para ela fluir com independência e autonomia. Ao mesmo tempo precisa ser lembrada de que o controle do desfecho do seu parto está nas mãos do Criador.
A Gestante Melancólica
É o tipo de mulher que quando engravida busca toda fonte de conhecimento que puder a respeito de gestação, parto e pós-parto. Quando se trata de um assunto que ela domina ou tem familiaridade, é automotivada, assume responsabilidades, faz boas escolhas se tiver fatos e informações de pessoas confiáveis.
Do contrário, caso se sinta incompetente em relação ao parto e maternidade em geral, vai procrastinar até o fim, delegar as responsabilidades para seu acompanhante e pode se deprimir por suas “imperfeições”. Só faz o que tem certeza e o que conhece bem para não correr o risco de ser ridicularizada ou criticada.
É perfeccionista, detalhista e tem padrões altos. Ela vê os problemas e sempre pensa no que pode dar errado. Se os planos não forem seguidos, pode se sentir muito frustrada e demorar para digerir um desfecho diferente do desejado.
A sua casa é o seu reduto, o melhor lugar do mundo. Se tiver condições, conhecimento suficiente e confiança na equipe, certamente escolherá um parto domiciliar ou precisará ficar o máximo possível em casa antes de ir ao hospital.
Pode não gostar de toques, abraços e muita exposição. É necessário proteger sua privacidade, silêncio e tempo sozinha. Precisa entrar na sua caverna interior para processar seus sentimentos, necessidades e desejos.
A Gestante Sanguínea
Ela é extrovertida, falante, intensa, cheia de energia e muito otimista. Esse pode ser um trabalho de parto muito engraçado e empolgantes enquanto ela estiver se divertindo e se sentindo o centro das atenções. Mas, quando a fase ativa chegar com suas fortes ondas ela pode simplesmente dizer: “cansei, chega, não quero mais essa brincadeira, não está mais divertido como eu pensei!” Um trabalho de parto longo pode ser extremamente desafiador para a sua falta de paciência e inquietude.
Tem necessidade de estar perto de pessoas e vai escolher sua equipe baseada no apego e afetividade. Gosta de abraços, toques, massagens e muita demonstração de carinho.
Seu otimismo pode levá-la a procrastinar na preparação e estudos pré-parto pois é inclinada a achar que no final tudo dará certo. Pode ser facilmente controlada pelas circunstâncias e se desestabilizar emocionalmente.
A Gestante Fleumática
A fleumática é capaz de tomar decisões e assumir responsabilidades, mas prefere trabalhar em equipe ao invés de fazer tudo sozinha. Ela irá compartilhar todo conhecimento sobre parto com seu acompanhante para que o mesmo apoie suas decisões. É emocionalmente estável, equilibrada e sabe relaxar durante o processo; nada pode tirar a sua paz nem a perturbar.
Precisa de motivação para focar no objetivo caso as circunstâncias sejam desfavoráveis. É necessário que haja um trabalho prévio sobre aceitação das mudanças de planos que um trabalho de parto pode exigir pois ela poderá ser muito resistente às mudanças. Sua teimosia interna a fará ir até o final sem pensar em desistir.
Sua recuperação e elaboração dos acontecimentos da vida fluem a partir do descanso. Por isso seu maior desafio será o cansaço e a possível privação de sono durante um trabalho de parto longo.
A Gestante Supina
Tem facilidade de se submeter ao processo do parto e de se entregar completamente. O desafio da gestante supina é ser servida e cuidada! Ela foi feita para servir, para atender as necessidades do outro, para ter empatia e sentir a dor do outro. A sua dificuldade em expressas suas próprias necessidades e sentimentos pode atrapalhar sua jornada pois sempre acha que está dando trabalho ou incomodando.
É o tipo de mulher que quando estiver com dor não vai fazer barulho para não acordar o marido. Vai demorar para mandar a primeira mensagem para a equipe porque não quer incomodar fora de horário.
Tem inclinação a ser mais dependente e de fugir da responsabilidade de tomar decisões ou de se posicionar diante de um confronto e por isso vai precisar de um acompanhante firme que a ajude a expressar seus desejos e defenda seu plano de parto.
O Propósito do Conhecimento do Temperamento
Embora existam muitos diferentes estudos e aplicações sobre esse assunto, a teoria do temperamento é essencialmente um estudo teológico pois, por ser inato, foi dado por Deus em nosso interior desde que estávamos no ventre da nossa mãe e permanecerá conosco ao longo de nossas vidas. Contudo, a forma que expressamos nosso temperamento pode ser afetada pela nossa criação, o ambiente em que vivemos na infância, nossa educação, nossas experiencias e também pelo agir do espírito Santo em nossas vidas.
É importante lembrar que as características de cada temperamento não são boas ou ruins, simplesmente são como são. A forma que se expressa é que determina seu valor. As forças de um temperamento também podem ser suas fraquezas se não estiverem submetidas ao Espírito Santo.
Também não podemos esquecer que o pecado distorceu a nossa identidade e, na condição humana pecaminosa, cada temperamento tem suas predisposições ao pecado. O propósito do estudo dos temperamentos é que possamos aprender a funcionar na “melhor versão” de nós mesmos, submetendo “a pior versão” à disciplina do Espírito Santo. Esta informação nunca deve ser usada para justificar o pecado, a negligência ou o mal comportamento.
Ao entender os diferentes temperamentos, podemos abordar cada gestante de maneira única, respeitando suas necessidades individuais. Como cristãos, sabemos que nossa identidade é moldada por Deus, e nossos temperamentos podem ser afetados por nossas experiências e pelo agir do Espírito Santo. Portanto, devemos usar esse conhecimento para ajudar as gestantes a se tornarem a melhor versão de si mesmas, sempre submetendo seus hábitos e pensamentos pecaminosos à disciplina do Espírito Santo.
Acima dos temperamentos, personalidade e perfil que expressamos e desenvolvemos na nossa caminhada, estão os frutos do Espírito. Que o Pai derrame sobre cada mulher o amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio para conceber, gerar, parir, nutrir e discipular filhos com propósito.
Fonte
Dr. Richard Arão & Dr. Phyllis Arno. Terapia Restauradora, edição 9, 2012
Aaron & Hur – International Ministries. Designer Original: Um estudo dos temperamentos e o design original de Deus para o ser humano
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