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Leite Materno

O Alimento Completo

O leite materno é considerado um alimento completo para todo bebê. Além garantir o crescimento e desenvolvimento saudável, é de fácil e rápida digestão. Contém vitaminas, minerais, gorduras, açúcares e proteínas adequadas para o organismo do bebê. Além disso, possui substâncias de defesa que não se encontram em nenhum outro leite.

O leite materno apresenta composição semelhante para todas as mulheres que amamentam. Nos primeiros dias, logo após o parto, o leite materno é chamado colostro, que contém mais proteínas e menos gorduras, além de uma  grande quantidade de anticorpos que atuam na defesa do corpo, sendo considerado “a primeira vacina do bebê”.

Por volta do sexto dia após o parto, temos o chamado leite de transição. Nele há um aumento da concentração de gordura e uma redução das proteínas. E no estágio final do desenvolvimento do leite, encontramos o leite maduro, composto por proteínas, carboidratos, lipídios, sais minerais e vitaminas. A água está presente em 87,5% da composição do leite materno. Por esse motivo, nos seus primeiros meses de vida, não necessita de oferecer água para o bebê.

O melhor leite para o recém-nascido, independente da idade gestacional, é o leite da própria mãe, pois garante os nutrientes adequados para ele.

Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, e em sua saúde há longo prazo, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe (Ministério da Saúde, 2015).

O aleitamento materno deve ser estimulado de forma precoce, ainda na sala de parto. Os principais achados apontam que a amamentação precoce pode levar a uma considerável redução na mortalidade neonatal. Essa mortalidade por todas as causas poderia ser reduzida em 16,3% se todas as crianças iniciassem a amamentação no primeiro dia de vida, e em 22,3% se a amamentação ocorresse na primeira hora (Toma TS, Rea MF, 2008).

Algumas práticas durante o pré natal, no trabalho de parto e logo após o nascimento podem facilitar o início da amamentação, como orientação sobre o manejo da amamentação, a implementação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança,  a não separação entre mãe e bebê, e o contato pele a pele logo após o parto. Outro fator que deve ser considerado para facilitar o início da amamentoção é a experencia do parto. Um vez que, experiências estressantes de parto estão associadas à menor sucesso na amamentação e retardo no início do processo de lactação (Forster et. al, 2007).

O aleitamento materno costuma ser classificado em:

  • Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos.
  • Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões, sucos de frutas).
  • Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos.
  • Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo.
  • Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite. (Ministério da Saúde, 2015).

A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde recomendam que os bebês sejam amamentados exclusivamente com o leite materno até os seis meses de idade. Depois desse período, o bebê deve começar a receber alimentação complementar saudável juntamente com o aleitamento materno, que deve ser mantido até os 2 anos ou mais.

As implicações do aleitamento materno para a saúde da criança

Além de fonte de alimento, o leite materno também é fator de proteção para a saúde  do bebê, seja a curto ou longo prazo. Além do IgA (anticorpo), na sua composição contém outros fatores de proteção, tais como anticorpos IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido. Esse favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia colis, contribuindo para um desenvolvimento normal e saudável do bebê.

Benefícios a curto prazo:

  • Diminiui 12% o risco de morte por doenças infecciosas
  • Protege contra diarreia e infecções respiratórias
  • Menos chanche (33%) de ter otite médio nos dois primeiros anos de vida
  • Redução de 68% da chance de má oclusão dentária
  • Melhor desenvolvimento da cavidade bucal

Benefícios a longo prazo:

  • Redução de 26% na chance de desenvolver sobrepeso ou obesidade mais tarde na infância,
  • adolescência ou fase adulta
  • Diminui o risco de hipertensão e colesterol alto
  • Melhor desenvolvimento cognitivo e maior QI

O aleitamento materno deve ser suspenso em situações que podem causar danos a saúde materna e/ou neonatal. Algumas destas situações são temporárias, outras permanentes.

Nas seguintes situações o aleitamento materno não deve ser recomendado:

  • Mães infectadas pelo HIV;
  • Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2;
  • Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação.
  • Criança portadora de galactosemia, doença rara em que ela não pode ingerir leite humano ou qualquer outro que contenha lactose.

Já nas seguintes situações maternas, recomenda-se a interrupção temporária da amamentação:

  • Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama.
  • A amamentação deve ser mantida na mama sadia;
  • Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou até dois dias após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de crosta.
  • Doença de Chagas, na fase aguda da doença ou quando houver sangramento mamilar evidente;
  • Consumo de drogas de abuso: a Academia Americana de Pediatria (contraindica o uso durante o período da lactação das drogas de abuso anfetaminas, cocaína, heroína, maconha e fenciclidina.

Para uma amamentação bem-sucedida, a mãe necessita de constante incentivo, apoio e suporte tanto da família, que tem um papel muito importante na manutenção da amamentação, quanto do profissional de saúde que atua na prevenção do desmame precoce.

Nesse processo do aleitamento materno, muitos são os benefícios tanto pra  recém-nascido.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Saúde da criança : aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

Sociedade Brasileira de Pediatria. Amamentação: a base da vida. Departamento Científico de Aleitamento Materno, nº 6, 2019.

Toma TS, Rea MF. Benefícios da amamentação para a saúde da mulher e da criança: um ensaio sobre as
evidências. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24 Sup 2:S235-S246, 2008

Nara Almeida
Nara Almeida
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